domingo, 7 de outubro de 2007

Puro azar

Sábado. Acordo com o barulho do vizinho, e, prontamente, olho o relógio que marcava às 7 horas. Virei para o outro lado e tentem sem sucesso continuar dormindo.
- Já que não consigo dormir, vou levantar e preparar um chimarrão, - pensei.
Tomei um belo banho e fui preparar um chimarrão no velho estilo “castelhano” num copo de whisky.
- Acordei com o pé esquerdo hoje. Resmungo.
Mal sabia que o dia recém estava começando, e muitas coisas aconteceriam no decorrer deste sábado.
Depois de acessar a internet, olhar os e-mails, orkut, msn e etc., ler os jornais e saborear o meu chimarrão no copo de whisky – fui no caixa eletrônico pegar dinheiro para o final de semana e pagar algumas contas.
Havia me auto-incentivado em visitar alguns clientes no caminho de volta do banco. Mas, na verdade, voltei cabisbaixo e “puto da cara”, porque os três caixas, simplesmente, não estavam funcionando.
- Que dia azarado. Resmungo novamente.
Quando chego em casa, havia uma mensagem no msn de uma das pessoas que havia conhecido há poucos dias e estava realmente gostando dela. Mas, não consegui responder porque ela não estava mais conectada. Mesmo assim, fiquei entusiasmado. Afinal, como diz o dito popular: “mulher, puxa mais que trator com tração”.
Chegou o meio-dia e fui no restaurante almoçar. Voltando pra casa, cheguei onde ela trabalha. Sentei ao seu lado no sofá e conversamos cerca de meia hora. Peguei a mão dela, acariciando, como se fosse um adolescente com a primeira namoradinha de colégio.
Nesse dia, pensava em visitar meus pais e terminei não indo. Fiquei fazendo faxina em casa e esperando à noite chegar. Enquanto conversava com um amigo que estava em casa comigo, caminhava de um lado pro outro sem paradeiro. Imaginava ela vindo, sorridente, despedir-se com um beijo de boa noite. Estava impaciente, afinal eram às 22 horas, e nada dela vir e muito menos o beijo de boa noite.
Desconsolado com o longo dia que havia enfrentado, a essa altura do campeonato, já estava pensando em dormir cedo. Fiz outro chimarrão pra convidar a minha visita, o amigo que estava na minha casa.
Conversando, tomei uma térmica de chimarrão e o sono passou. Decidimos ir ao bar que fica em frente onde moro.
Tomei banho e coloquei uma roupa apropriada. Quando abro a porta de casa, me deparo com o bar fechado. Caíram-me os ombros. Mas, “como sou brasileiro e não desisto nunca”, saímos a ver outro local pra farrear.
Passamos pelo centro. As calçadas estavam cheias de gente. Meu amigo comenta que conhece um bar interessante e decidimos ir lá.
Parece ter pouca gente, - falei com ar de pouca vontade de entrar.
- É bom aqui, diz ele.
Pagamos o ingresso e entramos olhando um ao outro com ar de desconfiado. Estava sentindo algo errado, diferente. Parei para ser revistado pelo segurança, que de tão grande que era, não me dava espaço para olhar a pista de dança.
Quando consegui enxergar, não podia parar de rir.
Onde fomos parar, só tem gay aqui, - pensei e disse com os olhos ao meu colega. Rindo o tempo todo.
Prontamente, chegamos no balcão do bar e pedi uma cerveja. Enquanto isso, ele pergunta para a “moça” que atendia o balcão:
- Que festa ta rolando aqui hoje?
- Uma festa,
- ela responde.
- Uma festa? - Pergunta ele de novo.
- É. Uma festa gay, - responde.
Olhamos um ao outro, e, prontamente fomos caminhando em direção a porta. Só conseguíamos rir, mas nada. Pra tentar não dar pista que estávamos “mais perdido que cusco em tiroteio”, digo ao porteiro que já voltávamos e debandamos rapidamente daquele lugar.
Eram recém 1 hora da madrugada, e não podíamos ir pra casa. No caminho de outro bar, não conseguíamos parar de rir do que havia acontecido conosco. Havíamos parado numa festa gay, somente por pura desinformação.
Na terceira tentativa, entramos num bar mais sofisticado. O clima era bom e a música também. Mas, nem tudo é perfeito. Nesse dia, o local estava cheio de casais e nós estávamos sobrando. Lá dentro, encontramos mais dois amigos que também estavam na mesma situação que nós. Sozinhos à procura de alguém.
Depois de algumas cervejas, nos convidaram para dar uma volta e procurar algum outro lugar pra fechar a noite com chave de ouro. Meu colega aproveitou que a festa que decidimos ir era perto de casa e foi dormir. Já eu, fui pra gandaia.
Realmente encerrei minha noite com chave de ouro. O lugar estava uma chinelagem. Nunca havia visto tanta gente feia por metro quadrado. Fiquei uma meia hora lá dentro e fui dormir com a esperança de um dia melhor quando acordasse.

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