Tive uma infância perfeita. Mesmo, tendo nascido em uma década de inovações, ainda não eram todas as crianças que tinham acesso ao vídeo game e o computador.
Minha brincadeira predileta era a Patrulha Morcegos. Esse era o nome do grupo que havíamos formado para brincar de guerrinhas. Éramos sete. Tipo, escoteiros.
Durante as férias da escola, nos reuníamos todas as tardes no mesmo lugar. Um campinho de futebol, que apelidamos de “Estádio do Pau no Meio”, porque tinha um poste no meio do campo. Várias vezes tentamos tirar o poste, mais não conseguíamos arrancá-lo do chão. Quando jogávamos, o poste servia de companheiro de time ou de adversário, cortando passes e atrapalhando a jogada.
Mas, meu interesse nunca foi voltado ao campo de futebol. Sempre fui muito ruim como jogador. O que eu gostava mesmo era das guerrinhas com armas de madeira, fabricadas por nós mesmos.
No fundo do campo de futebol, tinha uma mata cheia árvores de eucalipto. Certa vez, escolhemos a mais linda e robusta árvore. Ela séria a “árvore sagrada” da Patrulha Morcegos. A partir desse dia, antes de brincar íamos até a árvore sagrada e rezávamos em conjunto e pedíamos a ela que nos protegesse.
O grupo tinha hierarquia militar e tudo. Um dos meus amigos era o general, eu o Coronel e o irmão dele o Capitão. Os menores eram os soldados.
Depois de orar na “árvore sagrada”, nos dividíamos em dois grupos. Um comandado pelo meu amigo que era o general. E outro grupo, era liderado por mim que era o coronel.
Escondíamos-nos atrás das moitas. Quando víamos um, apontávamos com a arma de madeira e fazíamos barulho de uma rajada de metralhadora com a boca e gritávamos “fulano morto” e nos ativamos no chão novamente para não sermos vistos pelo adversário.
Assim, brincávamos a tarde toda até um único combatente ficar vivo. Esse seria o ganhador da brincadeira daquele dia.
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